
PÉROLAS.
Sobre as pérolas, eu as dei muitas, em talagadas, sempre ao auge, coroado com as pérolas que derramava sobre ti, tal qual me oferecia das tuas. Mas as pérolas nunca foram o suficiente para manter alguém ao lado de ninguém, nesse caso toda meretriz seria fiel a seu cliente, nenhuma dama trairia seu marido.
Gostaria tão somente de esclarecer um ponto, um único: sempre fui um “drama queen”, sempre, mas hoje, escrevo por ser apenas um o drama a contar, apesar de todas as pérolas, apesar do que achei que sentia, percebo que no final, restou tão pouco, mas tão pouco, que ninguém sentiu sequer falta de algo. O gran finale não durou sequer cinco minutos, menos de 10 frases, talvez porque as pérolas fossem a única coisa verdadeiramente partilhada.
Não sei.
Mas cá entre nós, sabemos que para os homens nada é mais inútil que pérolas, seus banheiros são testemunhas disso: eu mesmo, sozinho, as deito fora quase duas vezes por dia, outra prova de sua inutilidade é a velocidade com que sempre temos de juntos, ir ao banheiro para tirar os nossos colares de sobre nós, às duas da manhã. Depois de um bom banho as pérolas já estão em seu devido local, a latrina, a fossa. Depois de um bom banho, a sensação libertária do alívio: vamos comer algo, por favor, sinto me exausto.
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