
Perderam um sapatinho de cristal
No meio da rua, da avenida
Cristal de borracha sintética, 39
O pezinho cresceu
Foi uma Cinderela de vinte reais
Cheia de cerveja na cara
E uma língua de nicotina
Tão doce que era ácida
Perderam um sapato e acharam um vestido
Jeans de lavagem química,
Vestido que separa as duas pernas?
Que nada meu bem,
As Cindys de hoje são outras
Os cavalos são Honda
As carruagens Ford
E elas mesma dão carona
Usam OB,
Será?
(a maioria não precisará disso pois não têm fluxo a evitar)
Esquecem a camisa
De Vênus ou não,
No banheiro da boite
A Cindy hoje em dia
Tem um QI bem menor (que eu saiba nunca foi alto)
embora outras coisas possam crescer no meio do baile
Ela deixa o sapatinho de propósito no asfalto
Quando sobe em seu táxi
As cinco badaladas
Doze é a hora para entrar no vestido
Cindy só chega no final do baile
Para matar as outras de inveja
E o príncipe masturbador, a verdadeira princesa, de tédio
Cinderela que se preze, é imitação de Cinderela
Porque as Cinderelas autênticas sabem que o legal é não ser
Cinderela, Rapunzel, ou qualquer outra personagem
Montada por uma fada madrinha de peito depilado
Empastilhada
Que só conhece abóbora de Haloween
Para isso temos Ford
Cinderela que se preze usa 40 mas só veste 36
É imitação mas convence
E até apaixona
Príncipes e princesas
Afinal, um ou outro tanto faz.
Um comentário:
Vc sabe q escreve muito bem!
admiro suas poesias como se fossem minhas!rsrs
te adoro maninho
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