
Sabe Deus que não exatamente uma pessoa piegas, e nem digo isso por orgulho mas antes pelo oposto, não me comovo tanto assim com as tragédias pessoais do dia a dia, não me aflijo com a miséria dos pedintes, antes com sua preguiça, nem com as tragédias da tv, nada do tipo, tem sempre um avião ou uma ponte a cair e ser motivo de notícias por quinze dias, tragédias eventuais são fatos tão corriqueiros, que de tão banais, não me suscitam mais emoção.
Prefiro resguardar o que me emociona para o pouco de belo que me deixaram neste mundo, e talvez por isso me venha a vontade de chorar, da ausência de beleza neste mundo que me cerca, veja bem, não no mundo, o planeta terra, mas deste mundo, o que me cerca, o mundo que é meu, que construí ou que me construíram e no qual me perco todos os dias, de qual a beleza já foi sugada como num tetrapak.
Sem duvidas caminho na chamada apatia, numa ausência de paixão.
Sim, é por isso que eu choro, por que sei que não fui capaz de me apaixonar, pelo que quer que seja, ou melhor, tenho de me corrigir, choro pelo fato de que, todas as paixões que tive, resultaram vazias, sem sentido, estéreis a longo prazo. Desta forma, choro ainda mais pela apatia que me impede de podar os galhos de meu mundo ressecado e procurar adubos para novas paixões, paixões estas que por sorte me ajudarão a enxergar beleza novamente.
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