domingo, 26 de agosto de 2007

Tenho lutado contra a sombra da apatia generalizada, do desanimo.

Não me animo mais a quase nada, o tédio domina quase tudo o que toco e faço, no entanto, faço sempre tudo o que tenho de fazer. Sigo a vida de modo perfeito, perfeito talvez até demais. Uma vida de automatismos. Um ou dois desapontamentos. Mas nem deixei espaços para que se pense no que fazer do amanhã. Todas as decisões já foram tomadas muito previamente. A agenda dos dois ou três anos próximos já foi esboçada dia-a-dia. A única surpresa que me caberia, os únicos acontecimentos imprevistos, é o que cabe àqueles que não conheço, Àquele que não conheço em especial, O que talvez me viesse a bagunçar a agenda toda, e me libertar da cruel automação. Concluo que se és eficiente a vida prossegue assim: tome o primeiro ato, seja bem sucedido, torne-o público, e pronto! Se não tiverdes mais planos para a vida, no matter, life has plans to you .... life it’s what it happens...

My my, I tried to hold you back but you were stronger Oh yeah, and now it seems my only chance is giving up the fight And how could I ever refuse I feel like I win when I lose

ao vencedor as malditas batatas ...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

CICLO VICIOSO

Muitas horas por dia eu tento conter meu choro, e em muitas delas nem sei o porque de minha vontade de chorar. Por vezes, esta vontade me vem por alguma música, única arte que me leva a tal estado de excitação, talvez por que seja de todas, aquela de que menos entendo, mas o que importa, é que ao longo do dia, a vontade e as lagrimas me vêm.

Sabe Deus que não exatamente uma pessoa piegas, e nem digo isso por orgulho mas antes pelo oposto, não me comovo tanto assim com as tragédias pessoais do dia a dia, não me aflijo com a miséria dos pedintes, antes com sua preguiça, nem com as tragédias da tv, nada do tipo, tem sempre um avião ou uma ponte a cair e ser motivo de notícias por quinze dias, tragédias eventuais são fatos tão corriqueiros, que de tão banais, não me suscitam mais emoção.

Prefiro resguardar o que me emociona para o pouco de belo que me deixaram neste mundo, e talvez por isso me venha a vontade de chorar, da ausência de beleza neste mundo que me cerca, veja bem, não no mundo, o planeta terra, mas deste mundo, o que me cerca, o mundo que é meu, que construí ou que me construíram e no qual me perco todos os dias, de qual a beleza já foi sugada como num tetrapak.

Sem duvidas caminho na chamada apatia, numa ausência de paixão.

Sim, é por isso que eu choro, por que sei que não fui capaz de me apaixonar, pelo que quer que seja, ou melhor, tenho de me corrigir, choro pelo fato de que, todas as paixões que tive, resultaram vazias, sem sentido, estéreis a longo prazo. Desta forma, choro ainda mais pela apatia que me impede de podar os galhos de meu mundo ressecado e procurar adubos para novas paixões, paixões estas que por sorte me ajudarão a enxergar beleza novamente.

É, mas é daí que nasce a maior das ironias: coisas belas só nascerem se bem adubadas, se bem alimentadas, e todos sabem, que melhor adubo não há do que merda.