
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
segunda-feira, 28 de julho de 2008
quinta-feira, 24 de julho de 2008
domingo, 23 de março de 2008

segunda-feira, 3 de março de 2008

Digam o que disserem, o mal do século não é a solidão. Na verdade a solidão nunca foi um mal, antes de tudo, é só que todo homem deseja se sentir. Se não só, com a menor quantidade de outros homens ao redor de si. O homem não é um ser comunitário. Não no sentido amplo deste termo. Os homens se esforçam para se isolar.
As tribos africanas ainda hoje guerreiam de modo incessante umas contra as demais as mesmas guerras de séculos atrás. Alias, os africanos sempre guerrearam tanto uns contra os outros que nunca conseguiram desenvolver uma sociedade avançada, como as orietais, européias ou ameríndias. Talvez o antigo Egito seja única sociedade avançada de que a áfrica possa se orgulhar, as demais sempre sucumbiram em greves internas que as expuseram aos demais invasores.
Os homens toleram no máximo outros homens de pensamento e comportamento semelhante aos seus. As tribos nunca deixaram de existir. Sejam as tribos étnicas, as religiosas, as que cultuam os mesmo princípios estéticos, falam a mesma língua, enfim, os iguais andam entre si e desejam a morte, ou o ostracismo, dos demais.
A escola é um bom local para identificar o comportamento de tribos. Mesmo entre os mais jovens da espécie humana é possível verificar como funcionam os mecanismo de exclusão que na fase adulta moldarão os padrões de seleção social.
No caso da escola os padrões se referem aos tipos de música que se escuta, aos programas de tv que se assiste, ao gênero sexual que se escolhe, a posição social, raça, credo, etc. A escola é uma fábrica de padrões de comportamentos gregários e segregários. Onde cada um dos grupos enfrenta resistência em lidar com os elementos dos demais. Estes mecanismo se desenvolvem na vida adulta para uma exclusão velada: o indivíduo não precisa, e nem pode por antiético, ser ridicularizado pelos membros dos demais grupos, desde que ele apresente uma produtividade econômica ele passa a ser tolerado no convívio produtivo.
Os mecanismos de exclusão são deixados de lado em prol da construção de uma economia em comum que trata ela mesma em excluir os membros de cada classe. A felicidade nunca é encontrada em conjunto por indivíduos diferentes entre si. A felicidade da companhia dependerá sempre de estar próximo daqueles nos quais é possível espelhar-se. Isso comprova viagens de horas para o natal em família, entre os amigos de verdade, ou seja, aqueles que independentemente do seu ambiente de trabalho ou de estudo, ou seja, de convenções sociais, estarão por ali para te receber pelo simples fato de que você reflita as qualidades deles mesmos.
O homem se isola através daquilo que se convencionou chamar de “cultura”. A cultura é a grande responsável pelas guerras. A cultura é responsável pela intolerância aos costumes dos demais. Culturas diferentes nunca conviveram
Mas mesmo os membros da mesma tribo se isolam. O homem precisa estar a sós, ou acompanhado da menos quantidade possível de outros homens para se sentir bem. Disto adveio o casamento que o ato máximo, ou o contrato máximo, para com a solidão, o ato de garantir a exclusividade de si para um outro ser apenas, e a nenhum outro. O que tanto defende as comunidades ocidentais que carregam consigo os germens do judaísmo. A religião do solitário Deus onipotente, e onisciente, trino, mas um só, com três faces, que não são as de Brahma. As religiões ocidentais colocam a solidão como o modo máximo de encontrar a Deus. É só e em silencio que o homem do ocidente consegue se comunicar com seu Deus. É sem perceber a outros homens que o ocidente percebe seu Deus, que foi feito a imagem e semelhança do indivíduo, e que por isso mesmo, é individualista e intolerante com o coletivo. O homem vai a igreja pra penetra no silencio, e no isolamento que o permite esquecer de seus irmãos e encontrar o seu Deus.
O homem precisa estar só. E quanto mais rico, com mais homens ele terá de conviver no seu dia a dia e mais isolado deles ele terá de estar em suas horas de repouso. É isolado em seu palácio, longe de seus súditos que o soberano goza do convívio de sua pequena família. É sem fazer barulho para que os vizinho os percebam que as famílias conseguem o seu descanso. A lei dos homens existe para que os indivíduos possam se locomover sem interferir na individualidade dos demais. Nunca houve uma sociedade do coletivo, do grupo, nem na família onde sempre um dos membros tem o seu posto de cabeça respeitado e venerado.
A solidão, a auto-segregação, é fator primordial a que o homem se sinta protegido de seu inimigo maior: o outro homem.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
arquitetuloptécos
Como de praxe a velha insônia do domingo a noite, na verdade da madrugada da segunda, leva me a escrever.
Não sei se não durmo de tédio, ou se tenho tédio pois não durmo, o fato é que me ocorre o mesmo pensamento de praxe.
Pensei em todo o fim de semana, que desta vez durou mais do que o comum (feriadão) em deixar de lado minha casa em Natal e voltar a Mossoró, para estudar para concursos. Isso porque não agüento mais a vida de não ter nada de certo no fim do mês, minha vida de arquiteto é a mais imprevisível possível, nunca sei ao certo o quanto vou ganhar e mesmo quando o sei o resultado é sempre insatisfatório.
A porcaria desta vida é um cárcere. Tenho de viver de forma automática. Ligo o piloto automático na segunda e ele só desliga no sábado. Pergunto me pra que uma vida onde todas as coisas ocorrem sempre da mesma forma, a mais de oito bilhões de macacos. E o pior é ter de carregar a chaga de ser filho de classe média baixa, e ter todos os anseios de um abastado, e toda a deficiência da pobreza como entrave ao crescimento. Ter uma educação que me narra a vida dos ricos. Ouvir Gershwinn no pc e não num teatro, meu Deus, conheço duas pessoas em Natal que sabem quem é Gershwinn. Sufoca me ter de carregar um conhecimento que nem sei com quem usar, nem onde usar, os teatros locais só têm espaço para a vulgaridade. A vulgaridade sempre diverte quando vista no teatro, mas se você a comete em público pode se dispensar de todos os jantares a que poderiam te convidar. Mas bem, eu mesmo me desconvidei, de todos os jantares. Tento viver o mais possível longe das folgas burguesas. Não me entenda mal, não sou um anarquista ou um bolchevique, raça desprezível de comunistas, mas me cansam o papai a mamãe e os filhinhos do comercial da TV. Cansa me ainda mais o fato de todos pensarem que é esta ávida que me faria feliz. Não, não é. Eu não faço questão de viver num comercial de TV da década de 1950. Eu mesmo sei o que o papai, o arauto da família, busca no bate papo UOL depois do Happy Our ou do Society. A classe média herdou o fardo de Eva, ansiar, mas não poder tocar, se tocar, tais fodida bonita, o que sobrou a ela foi a ansiedade, de um dia ser rico, o que não chegará, ou de um dia virar pobre e indigno. A lasciva e a libido só se permitem em dois casos: abaixo de dois ou acima dos quarenta salários por família. Se não se encaixar, viva da negação. O pior de tudo é ter a maldita alcunha: profissional liberal, escravo, cu de burro. Idiota, você podia ser médico, advogado, foi ser arquiteto, profissão de viado, ninguém respeita, nem o cliente, nem a família, nem os outros arquitetos, só o cachorro que ta nem ai pra isso, respeita até teu pai bêbado. Podia ser um medicinos sapiens, advogados sapiens, mas me sai um arquitetuloptécos???? Faça-se o favor meu amigo, se retira. Ou então, se encaixa ai no menu:
Das 08:00 as 18:00, de segunda a sexta, sábado e domingo almoçar no mesmo restaurante, férias uma vez por ano, natal, reveillon, carnaval, páscoa, dia das genitoras, dia dos genitores, aniversários, chás de panela, chás de bebê, barzinho na quinta, boite na sexta, boite no sábado, bar no domingo, faculdade aos 18, carreira aos 22, casamento aos 25, filhinho aos 28, alcoolismo aos 30, bala nos miolos aos 40.
Sucesso!!!